Ora, todos os anos, iam seus pais a Jerusalém, à Festa da
Páscoa. E, tendo ele já doze anos, subiram a Jerusalém, segundo o costume do
dia da festa. Luc. 2:41 e 42.
Todos os anos José e Maria subiam a Jerusalém para a festa
da páscoa, de acordo com os requisitos da lei judaica. Os dias da infância de
Jesus haviam terminado. Ele ingressara no período da juventude. José e Maria,
segundo o seu costume, prepararam-se para fazer a longa viagem a Jerusalém.
Eles levaram Jesus consigo. Foram junto com muitos outros que se dirigiam a
Jerusalém para observar essa festa solene.
À mente humana é impossível compreender as meditações do
Filho de Deus enquanto olhou com interesse para o Templo pela primeira vez. Não
podemos imaginar quais foram os Seus pensamentos ao andar nos seus átrios, e
discernir com os olhos a obra do sacerdote ministrante, o altar com a vítima
ensangüentada, o sagrado incenso subindo a Deus e os mistérios do Santo dos
Santos atrás do véu, e compreender a realidade que essas cerimônias
prefiguravam. Cristo mesmo era a chave para decifrar todos esses mistérios
sagrados que só eram entendidos vagamente por José e Maria. Tudo isso fora
instituído para representar a Cristo e cumpriu-se em Sua morte.
A páscoa era o nome dado a essa cerimônia em comemoração do
prodigioso evento que foi a saída dos hebreus do Egito. Na noite em que eles
saíram do Egito, o anjo destruidor entrou em todas as casas e matou todos os
primogênitos, desde o filho mais velho do rei no seu trono, até o primogênito
do escravo de posição mais humilde. ...
O Senhor deu instruções especiais aos hebreus, ordenando que
cada família matasse um cordeiro e aspergisse o sangue nos batentes das portas,
para que quando o anjo destruidor empreendesse sua missão de morte, o sangue
sobre a ombreira da porta fosse para eles um sinal de que aqueles que se
achavam dentro da casa eram os adoradores do Deus verdadeiro. O anjo da morte
passou por alto as casas assim designadas. Ordenou-se que nessa noite memorável
os hebreus estivessem preparados para a sua viagem. ...
De acordo com as instruções que lhes foram dadas por Deus,
todos eles se achavam preparados para a viagem, prontos para a ordem de saída
do Egito. ...
Conquanto a instituição da páscoa apontasse para trás, ao
maravilhoso livramento dos hebreus, ela também apontava para a frente,
mostrando a morte do Filho de Deus antes que ocorresse. Na última páscoa que
nosso Senhor observou com os Seus discípulos, Ele instituiu a Ceia do Senhor em
lugar da páscoa, para que fosse observada em memória de Sua morte. Não tinham
mais necessidade da páscoa, pois Ele, o grande Cordeiro antitípico, estava
pronto para ser sacrificado pelos pecados do mundo. O tipo encontrou o antítipo
na morte de Cristo. Youth's Instructor, maio de 1873.
Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia
perdido. Luc. 19:10.
Aparece o Mestre designado pelo Céu, e não é outro
personagem senão o Filho do Deus Infinito. Abri o rolo e lede o que está
escrito a Seu respeito. Moisés declarou aos filhos de Israel: "Então, o
Senhor me disse: Bem falaram naquilo que disseram. Eis que lhes suscitarei um
Profeta do meio de seus irmãos, como tu, e porei as Minhas palavras na Sua
boca, e Ele lhes falará tudo o que Eu Lhe ordenar. E será que qualquer que não
ouvir as Minhas palavras, que Ele falar em Meu nome, Eu O requererei
dEle." Deut. 18:17-19. Aqui está a predição anunciando a notável chegada.
Suas palavras não deviam ser desprezadas; pois Sua autoridade era suprema e Seu
poder invencível.
Abri o rolo ainda mais e lede o que Isaías diz de Sua obra:
"O Espírito do Senhor Jeová está sobre Mim, porque o Senhor Me ungiu para
pregar boas novas aos mansos; enviou-Me a restaurar os contritos de coração, a
proclamar liberdade aos cativos e a abertura de prisão aos presos; a apregoar o
ano aceitável do Senhor e o dia da vingança do nosso Deus; a consolar todos os
tristes; e a ordenar acerca dos tristes de Sião que se lhes dê ornamento por
cinza, óleo de gozo por tristeza, veste de louvor por espírito angustiado, a
fim de que se chamem árvores de justiça, plantação do Senhor, para que ele seja
glorificado." Isa. 61:1-3. ...
Além disso, lemos algo sobre Cristo como o Mensageiro do
concerto que ainda estava para vir, e como o Sol da Justiça que ainda iria
aparecer. Os profetas faziam dEle o seu assunto mais antigo e o mais recente.
...
Em Seu advento, [os judeus] não O receberam porque haviam
formado uma falsa idéia acerca da maneira de Sua vinda. Esse Jesus, um camponês
e carpinteiro, de origem obscura, o Filho de Deus, o Messias? Não poderia ser.
Mas a peculiaridade que separava os judeus das outras nações
desapareceu em Cristo. Ele colocou-Se onde poderia dar instruções a todas as
classes de pessoas. Muitas vezes lhes disse que estava ligado a toda a família
humana: judeus e gentios. "Não vim chamar os justos [aos seus próprios
olhos], mas os pecadores, ao arrependimento" (Mat. 9:13), declarou Ele.
Jesus veio buscar e salvar o perdido. Foi para isso que Ele deixou as noventa e
nove [ovelhas]; foi para isso que depôs Suas vestes reais e encobriu Sua
divindade com a humanidade. O mundo inteiro é o campo de labuta de Cristo. Uma
esfera mais restrita do que essa não entra nas Suas cogitações. Signs of the
Times, 24 de junho de 1897.
Pai justo, o mundo não Te conheceu; mas Eu Te conheci, e
estes conheceram que Tu Me enviaste a Mim. E Eu lhes fiz conhecer o Teu nome e
lho farei conhecer mais, para que o amor com que Me tens amado esteja neles, e
Eu neles esteja. João 17:25 e 26.
Cristo veio ao mundo para representar o Pai para o homem;
pois Satanás O apresentara ao mundo sob uma falsa luz. Porquanto Deus é um Deus
de justiça e de grande majestade, que tem poder para destruir bem como para
preservar o homem, Satanás induziu os homens a encararem-nO com medo, a
considerarem-nO um tirano. Jesus estivera com o Pai desde os séculos eternos,
antes da criação do homem, e veio revelar o Pai, declarando: "Deus é
amor." I João 4:8. Jesus representou a Deus como Pai bondoso, que cuida
dos súditos de Seu reino. Ele declarou que nenhum pardal cai no chão sem que o
Pai saiba disso, e que os filhos dos homens são de mais valor à Sua vista do
que muitos pardais e que até os cabelos todos da cabeça estão contados.
No Antigo Testamento bem como no Novo Testamento, o Senhor é
retratado não somente como um Deus de justiça, mas também como um Pai de amor
infinito. O salmista declara: "O Senhor faz justiça e juízo a todos os
oprimidos. Misericordioso e piedoso é o Senhor; longânimo e grande em
benignidade. Não nos tratou segundo os nossos pecados, nem nos retribuiu
segundo as nossas iniqüidades. Pois quanto o céu está elevado acima da Terra,
assim é grande a Sua misericórdia para com os que O temem." Sal. 103:6, 8,
10 e 11.
Satanás revestira o Pai de seus próprios atributos, mas
Cristo representou-O em Seu verdadeiro caráter de benevolência e amor. No
caráter em que Cristo apresentou-O ao mundo, era como se desse uma nova dádiva
ao homem. ...
O Filho de Deus declarou em termos positivos que o mundo
estava destituído do conhecimento de Deus; mas este conhecimento era do mais
alto valor, e constituía uma dádiva especial de Sua parte, o inestimável
tesouro que trouxe para o mundo. No uso de Sua excelsa prerrogativa, Ele
transmitiu a Seus discípulos o conhecimento do caráter de Deus, para que
pudessem comunicá-lo ao mundo. ... Todo aquele que crê na mensagem de Deus deve
exaltar a Jesus, dirigir os homens a Cristo e dizer: "Eis o Cordeiro de
Deus, que tira o pecado do mundo!" João 1:29.
A pessoa imbuída do amor de Cristo é uma com Ele; ela
comunga com Cristo; Ele é formado no íntimo, a esperança da glória, e o cristão
passa a representar o Pai e o Filho para o mundo. Signs of the Times, 27 de
junho de 1892.
E chamar-te-ão reparador das roturas e restaurador de
veredas para morar. Isa. 58:12.
O Filho de Deus veio ao mundo como restaurador. Ele era o
Caminho, a Verdade, e a Vida. Toda palavra que proferiu era espírito e vida.
Ele falava com autoridade, ciente de Seu poder para abençoar a humanidade e
libertar os cativos presos por Satanás; ciente também de que, por Sua presença,
traria ao mundo plenitude de alegria. Almejava ajudar todo membro da família
humana opresso e sofredor, e mostrar que Sua prerrogativa era abençoar, não
condenar.
Para Cristo não era usurpação fazer as obras de Deus; pois
foi para cumprir esse desígnio que Ele veio do Céu, e para isso os tesouros da
eternidade estavam à Sua disposição. Ele não devia conhecer restrições na
distribuição de Suas dádivas. Deixou de lado os que exaltavam a si mesmos, os
honrados e os ricos, e misturou-Se com os pobres e oprimidos, trazendo a sua
vida um brilho, uma esperança e uma aspiração que nunca haviam conhecido antes.
Proferiu uma bênção sobre todos os que sofressem por Sua causa, declarando:
"Bem-aventurados sois vós quando vos injuriarem, e perseguirem, e,
mentindo, disserem todo o mal contra vós. ..." Mat. 5:11.
Cristo apropriou-Se distintamente do direito à autoridade e
lealdade. "Vós Me chamais Mestre e Senhor - declarou Ele - e dizeis bem,
porque Eu o sou." João 13:13. "Um só é o vosso Mestre, que é o
Cristo." Mat. 23:10. Assim Ele manteve a dignidade própria a Seu nome, e a
autoridade e poder que possuía no Céu.
Houve ocasiões em que falou com a dignidade de Sua própria e
verdadeira grandeza. "Quem tem ouvidos para ouvir - disse Ele -
ouça." Mat. 11:15. Nestas palavras apenas estava repetindo a ordem de
Deus, quando, de Sua excelsa glória, o Infinito declarara: "Este é o Meu
Filho amado, em quem Me comprazo; escutai-O." Mat. 17:5. Ao estar entre os
carrancudos fariseus, que procuravam fazer notar sua própria importância,
Cristo não hesitou em comparar-Se com os mais distintos homens representativos
que haviam andado na Terra, e reivindicar preeminência sobre todos eles.
Jonas era um desses homens tidos em alta estima pela nação
judaica. ... Ao trazer à memória de Seus ouvintes a mensagem de Jonas e o seu
auxílio em salvar aquele povo, Cristo disse: "Os ninivitas ressurgirão no
Juízo com esta geração e a condenarão, porque se arrependeram com a pregação de
Jonas. E eis que está aqui quem é mais do que Jonas." Mat. 12:41.
Cristo sabia que os israelitas consideravam Salomão o maior
rei que já empunhou um cetro sobre um reino terrestre. ... Contudo, Cristo
declarou: ... "E eis que aqui está quem é mais do que Salomão." Mat.
12:42. Youth's Instructor, 23 de setembro de 1897.
Onde estavas tu quando Eu fundava a Terra? ... ou quem
assentou a sua pedra de esquina, quando as estrelas da alva juntas alegremente
cantavam, e todos os filhos de Deus rejubilavam? Jó 38:4-7.
Muitos dos simpatizantes de Lúcifer estavam inclinados a
ouvir o conselho dos anjos leais e se arrependeram de sua insatisfação, e de
novo receberam a confiança do Pai e Seu amado Filho. O grande rebelde declarou
então que estava familiarizado com a lei de Deus e se se submetesse a uma
obediência servil seria despojado de sua honra. Nunca mais poderia ser
incumbido de sua exaltada missão. Disse que ele mesmo e os que com ele se
uniram tinham ido muito longe para voltarem, que enfrentaria as consequências,
que nunca mais se prostraria para adorar servilmente o Filho de Deus; que Deus
não perdoaria, e que agora eles precisavam garantir sua liberdade e conquistar
pela força a posição e autoridade que não lhes fora concedida voluntariamente.
Os anjos leais apressaram-se a relatar ao Filho de Deus o
que acontecera entre os anjos. Acharam o Pai em conferência com Seu Filho
amado, para determinar os meios pelos quais, para o bem-estar dos anjos leais,
a autoridade assumida por Satanás podia ser para sempre retirada. O grande Deus
podia de uma vez lançar do Céu este arquienganador; mas este não era o Seu
propósito. Queria dar aos rebeldes uma oportunidade igual para medirem sua
força e poder com Seu próprio Filho e Seus anjos leais. Nesta batalha cada anjo
escolheria seu próprio lado e seria manifesto a todos. Não teria sido seguro
tolerar que qualquer que se havia unido a Satanás na rebelião, continuasse a
ocupar o Céu. Tinham aprendido a lição de genuína rebelião contra a imutável
Lei de Deus e isto era irremediável. ...
Então houve guerra no Céu. O Filho de Deus, o Príncipe do
Céu, e Seus anjos leais empenharam-se num conflito com o grande rebelde e com
aqueles que se uniram a ele. O Filho de Deus e os anjos verdadeiros e leais
prevaleceram; e Satanás e seus simpatizantes foram expulsos do Céu. Todo o
exército celestial reconheceu e adorou o Deus da justiça. Nenhuma mácula de
rebelião foi deixada no Céu. Tudo voltara a ser paz e harmonia como antes ...
O Pai consultou Seu Filho com respeito à imediata execução
de Seu propósito de fazer o homem para habitar a Terra. História da Redenção,
págs. 16-19.
A rebelião de Satanás deveria ser uma lição para o Universo,
durante todas as eras vindouras - perpétuo testemunho da natureza do pecado e
de seus terríveis resultados. A atuação do governo de Satanás, seus efeitos
tanto sobre os homens como os anjos, mostrariam qual seria o fruto de se pôr de
parte a autoridade divina. Testificariam que, ligado à existência do governo de
Deus, está o bem-estar de todas as criaturas que Ele fez. Patriarcas e
Profetas, págs. 42 e 43.
De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também
em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual
a Deus. Filip. 2:5 e 6.
Lúcifer no Céu, antes de sua rebelião foi um elevado e
exaltado anjo, o primeiro em honra depois do amado Filho de Deus. Seu
semblante, como o dos outros anjos, era suave e exprimia felicidade. A testa
era alta e larga, demonstrando grande inteligência. Sua forma era perfeita, o
porte nobre e majestoso. Uma luz especial resplandecia de seu semblante e
brilhava ao seu redor, mais viva do que ao redor dos outros anjos; todavia,
Cristo, o amado Filho de Deus tinha preeminência sobre todo o exército
angelical. Ele era um com o Pai antes que os anjos fossem criados. Lúcifer
invejou a Cristo, e gradualmente pretendeu o comando que pertencia a Cristo
unicamente.
O grande Criador convocou os exércitos celestiais, para na
presença de todos os anjos conferir honra especial a Seu Filho. O Filho estava
assentado no trono com o Pai, e a multidão celestial de santos anjos reunida ao
redor dEles. O Pai então fez saber que por Sua própria decisão Cristo, Seu
Filho, devia ser considerado igual a Ele, assim que em qualquer lugar que
estivesse presente Seu Filho, isto valeria pela Sua própria presença. A palavra
do Filho devia ser obedecida tão prontamente como a palavra do Pai. Seu Filho
foi por Ele investido com autoridade para comandar os exércitos celestiais.
Especialmente devia Seu Filho trabalhar em união com Ele na projetada criação
da Terra e de cada ser vivente que devia existir sobre ela. O Filho levaria a
cabo Sua vontade e Seus propósitos, mas nada faria por Si mesmo. A vontade do
Pai seria realizada n´Ele.
Lúcifer estava invejoso e enciumado de Jesus Cristo.
Todavia, quando todos os anjos se curvaram ante Jesus reconhecendo Sua
supremacia e alta autoridade e direito de governar, ele curvou-se com eles, mas
seu coração estava cheio de inveja e rancor. ...
Os anjos que eram leais e sinceros procuraram reconciliar
este poderoso rebelde à vontade de seu Criador. Justificaram o ato de Deus em
conferir honra a Seu Filho, e com fortes razões tentaram convencer Lúcifer que
não lhe cabia menos honra agora, do que antes que o Pai proclamasse a honra que
Ele tinha conferido a Seu Filho. Mostraram-lhe claramente que Cristo era o
Filho de Deus, existindo com Ele antes que os anjos fossem criados, que sempre
estivera à mão direita de Deus, e Sua suave, amorosa autoridade até o presente
não tinha sido questionada; e que Ele não tinha dado ordens que não fossem uma
alegria para o exército celestial executar. Eles insistiam que o receber Cristo
honra especial de Seu Pai, na presença dos anjos, não diminuía a honra que
Lúcifer recebera até então. Os anjos choraram. Ansiosamente tentaram levá-lo a
renunciar a seu mau desígnio e render submissão ao Criador; pois até então tudo
fora paz e harmonia. ... Lúcifer recusou ouvi-los. História da Redenção, págs.
13-16.
Disse-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que, antes
que Abraão existisse, Eu sou. João 8:58.
"Abraão, vosso pai, exultou por ver o meu dia, e viu-o,
e alegrou-se. Disseram-lhe, pois, os judeus: Ainda não tens cinquenta anos e
viste Abraão? Disse-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que, antes que
Abraão existisse, Eu sou." João 8:56-58.
Aqui Cristo lhes mostra que, embora calculassem que Sua vida
tinha menos de 50 anos, Sua vida divina não podia ser calculada pelo cômputo
humano. A existência de Cristo antes de Sua encarnação não é medida por
algarismos. Signs of the Times, 3 de maio de 1899.
"Antes que Abraão existisse, Eu sou." João 8:58.
Cristo é o Filho de Deus preexistente, existente por Si mesmo. A mensagem que
Ele deu a Moisés, para ser transmitida aos filhos de Israel, foi: "Assim
dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós outros." Êxo. 3:14.
O profeta Miquéias escreveu a Seu respeito: "E tu,
Belém Efrata, posto que pequena entre milhares de Judá, de ti me sairá o que
será Senhor em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os
dias da eternidade." Miq. 5:2.
Cristo declarou por intermédio de Salomão: "O Senhor Me
possuiu no princípio de Seus caminhos e antes de Suas obras mais antigas.
Quando punha ao mar o Seu termo, para que as águas não trespassassem o Seu
mando; quando compunha os fundamentos da Terra, então, Eu estava com Ele e era
Seu aluno; e era cada dia as Suas delícias, folgando perante Ele em todo o
tempo." Prov. 8:22, 29 e 30.
Ao falar de Sua preexistência, Cristo faz o pensamento
remontar aos séculos eternos. Ele nos assegura que nunca houve um tempo em que
não estivesse em íntima ligação com o Deus eterno. Aquele cuja voz os judeus
estavam então ouvindo estivera com Deus como Alguém que Se achava em Sua
presença.
As palavras de Cristo foram proferidas com calma dignidade e
com uma certeza e poder que trouxeram convicção aos corações dos escribas e
fariseus. Eles sentiram o poder da mensagem enviada pelo Céu. Deus estava
batendo à porta do coração deles, pedindo entrada. Signs of the Times, 29 de
agosto de 1900.
Ele era igual a Deus, infinito e onipotente. ... É o Filho
eterno, existente por si mesmo. Manuscrito 101, 1897.
Em Cristo há vida original, não emprestada, não derivada.
"Quem tem o Filho tem a vida." I João 5:12. A divindade de Cristo é a
certeza de vida eterna para o crente. "Quem crê em Mim", disse Jesus,
"ainda que esteja morto, viverá; e todo aquele que vive e crê em Mim nunca
morrerá. Crês tu isto?" João 11:25 e 26. Cristo olha aqui ao tempo de Sua
segunda vinda. O Desejado de Todas as Nações, pág. 530.
E, agora, glorifica-Me, ó Pai, contigo mesmo, com a glória
que Eu tive junto de Ti, antes que houvesse mundo. João 17:5.
Mas ao mesmo tempo que a Palavra de Deus fala da humanidade
de Cristo quando aqui na Terra, também fala ela positivamente em Sua
preexistência. A Palavra existiu como ser divino, a saber, o eterno Filho de
Deus, em união e unidade com Seu Pai. Desde a eternidade era Ele o Mediador do
concerto, Aquele em quem todas as nações da Terra, tanto judeus como gentios,
se O aceitassem, seriam benditos. "O Verbo estava com Deus, e o Verbo era
Deus." João 1:1. Antes de serem criados homens ou anjos, a Palavra [ou
Verbo] estava com Deus, e era Deus.
O mundo foi feito por Ele, "e, sem Ele, nada do que foi
feito se fez". João 1:3. Se Cristo fez todas as coisas, existiu Ele antes
de todas as coisas. As palavras faladas com respeito a isso são tão positivas
que ninguém precisa deixar-se ficar em dúvida. Cristo era Deus essencialmente,
e no mais alto sentido. Estava Ele com Deus desde toda a eternidade, Deus sobre
todos, bendito para todo o sempre.
O Senhor Jesus Cristo, o divino Filho de Deus, existiu desde
a eternidade, como pessoa distinta, mas um com o Pai. Era Ele a excelente
glória do Céu. Era o Comandante dos seres celestes, e a homenagem e adoração
dos anjos era por Ele recebida como de direito. Isto não era usurpação em
relação a Deus. "O Senhor Me possuiu no princípio de Seus caminhos",
declara Ele, "e antes de Suas obras mais antigas. Desde a eternidade, fui
ungida; desde o princípio, antes do começo da Terra. Antes de haver abismos,
fui gerada; e antes ainda de haver fontes carregadas de águas. Antes que os
montes fossem firmados, antes dos outeiros, eu fui gerada. Ainda Ele não tinha
feito a Terra, nem os campos, nem sequer o princípio do pó do mundo. Quando Ele
preparava os céus, aí estava Eu; quando compassava ao redor a face do
abismo." Prov. 8:22-27.
Há luz e glória na verdade de que Cristo era um com o Pai
antes de terem sido lançados os fundamentos do mundo. Esta é a luz que brilhava
em lugar escuro, fazendo-o resplender com a divina glória original. Esta
verdade, infinitamente misteriosa em si, explica outros mistérios e verdades de
outro modo inexplicáveis, ao mesmo tempo que se reveste de luz inacessível e
incompreensível. ...
"O povo que estava assentado em trevas, viu uma grande
luz; e aos que estavam assentados na região e sombra da morte a luz raiou."
Mat. 4:16. Aqui se apresentam a preexistência de Cristo e o propósito de Sua
manifestação ao mundo, como raios vivos de luz do trono eterno. Mensagens
Escolhidas, vol. 1, págs. 247 e 248.
[Cristo] diz: e fulgure a Minha glória - a glória que Eu tive
junto de Ti, antes que houvesse mundo. Signs of the Times, 10 de maio de 1899.
Não são todos eles espíritos ministradores, enviados para
serviço a favor dos que hão de herdar a salvação? Heb. 1:14.
Os anjos que estão sempre a contemplar a face do Pai no Céu
prefeririam permanecer perto d´Ele, a Seu lado. Mas o Senhor concede a todo
anjo sua obra pelo mundo caído. Ajuda divina é provida aos homens. Eles têm a
oportunidade de cooperar com os seres celestiais, de ser coobreiros de Deus. As
possibilidades de conseguir habilitação para a presença de Deus, de ser
capacitado a ver Sua face, são postas diante deles. Anjos celestiais estão
trabalhando para trazer a família humana a íntima fraternidade, à unidade
descrita por Cristo como a que existe entre o Pai e o Filho. Como podem homens
tão altamente honrados por Deus deixar de apreciar suas oportunidades e
privilégios? Como podem recusar aceitar a divina ajuda oferecida? Quanto é
possível que os seres humanos ganhem se tiverem a eternidade em vista!
Agências satânicas estão sempre guerreando pelo domínio da
mente dos homens. Mas os Anjos de Deus estão constantemente em ação,
fortalecendo as mãos fracas e confirmando os joelhos trementes de todos quantos
apelam a Deus por ajuda. A promessa a todo filho de Deus é: "Pedi, e
dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei, e abrir-se-vos-á." Mat. 7:7. O
Senhor está mais disposto a conceder o Espírito Santo àqueles que O pedem do
que os pais a darem bons presentes aos filhos. Portanto, pedi; crede no que
Deus disse. Ele certamente cumprirá Sua Palavra. Dizei de coração: "Ainda
que a minha carne e o meu coração desfalecem, Deus é a fortaleza do meu coração
e a minha herança para sempre." Sal. 73:26. A vitória deve ser conquistada
dia a dia. Como seguidores de Cristo devemos pôr-nos de pé em posição
estratégica à vista do mundo como representantes de Cristo. Empenhemo-nos nessa
parte da milícia cristã, vencendo determinadamente cada fraqueza de caráter.
...
O Senhor tem tido homens e mulheres de coração íntegro,
aqueles que fizeram um concerto com Deus mediante sacrifício. Eles não se
desviaram de sua integridade; mantiveram-se incontaminados do mundo. Esses têm
sido levados pela Luz da vida a derrotar os propósitos do astuto inimigo. Irão
os seres humanos agora cumprir sua parte em resistir ao maligno? Se o fizerem,
ele certamente deles fugirá. Anjos que farão por vós as coisas que não podeis
fazer por vós mesmos estão aguardando por vossa cooperação. ...
Enquanto tiverdes um desejo de resistir ao maligno e
sinceramente orardes: "Livra-me da tentação", tereis força para vosso
dia. É obra dos anjos celestiais achegarem-se ao tentado, ao sofredor, ao que
está sob prova. Manuscrito 14, 1899.
Estais firmes em um só espírito, como uma só alma, lutando
juntos pela fé evangélica. Filip. 1:27.
Eu oro para que o povo de Deus não ponha de lado as
peculiaridades de sua fé. Cristo é glorificado por uma vida de fé constante e
bem definida. Paulo declara: "Esse viver que, agora, tenho na carne, vivo
pela fé no Filho de Deus, que me amou e a Si mesmo Se entregou por mim."
Gál. 2:20. Cristo deve ser glorificado pela fé viva, operante, de Seu povo. O
justo viverá pela fé.
Cristo não deixou Seu povo a tropeçar pelo caminho, em
trevas. Ele assinalou o caminho diante deles e declara: "Se alguém quer
vir após Mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-Me." Mar. 8:34.
É pelo caminho da negação própria, a estrada real erguida pelo Redentor, que o
povo de Deus deve viajar.
Meu irmão, inclina-te em submissão perante Aquele que trouxe
à luz vida e imortalidade. Que tua vontade e a de Cristo sejam uma. Falai isto,
orai sobre isto, vivei isto. A Palavra de Deus para nós é: "Avançai",
a esta palavra devemos obedecer conquanto defrontemos obstáculos aparentemente
tão insuperáveis como o Mar Vermelho. Confiemos em que o Senhor Deus do Céu
abrirá o caminho diante de Seu povo. "Entrega o teu caminho ao Senhor,
confia n´Ele, e o mais Ele fará." Sal. 37:5. Esta paciência da alma é o
repouso da fé. O Senhor abençoará Seu povo tentado e fiel. Ele não permitirá
que fiquem confusos.
No último grande dia, toda palavra, todo ato será submetido
ao teste crucial do Juiz de toda a Terra. ... O Senhor apela por sincero
arrependimento daqueles que alegam ser o Seu povo. A igreja de Deus deve ser
zelosamente guardada de toda semelhança de desonestidade, toda marca de
corrupção. O amor de Cristo é diretamente oposto a toda avareza, todo orgulho,
toda pretensão. O Senhor apela por corações humildes e contritos. Ele operará
por Seu Santo Espírito sobre todos quantos se submetam, todos quantos O amem e
guardem os Seus mandamentos. E estes farão a presença e poder de Deus aparecer
tão manifestamente que os inimigos da verdade serão compelidos a dizer que Deus
e Seus anjos são realmente os amigos e ajudadores daqueles que O servem.
Cisma e divisão não são frutos da justiça; procedem do
maligno. O grande impedimento para nosso avanço neste tempo é o egoísmo que
impede os crentes de manterem verdadeira comunhão uns com os outros. A última
oração que Cristo ofereceu por Seus discípulos antes de Sua prova foi para que
fossem um com Ele. Satanás está determinado a que essa unidade não ocorra, pois
é este o mais forte testemunho que pode ser oferecido de que Deus realmente
enviou Seu Filho para reconciliar o mundo com o Céu. Carta 41, 1903.
Até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno
conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da
plenitude de Cristo. Efés. 4:13.
O padrão de caráter que Cristo tornou-nos possível
alcançar... é um padrão perfeito. Ao tentarmos medir-nos por ele os sentidos se
tornam confusos. É apresentada a pergunta, "Porventura, desvendarás os
arcanos de Deus ou penetrarás até à perfeição do Todo-poderoso?" Jó 11:7.
Contudo, ele tornou-nos possível nos assemelharmos a Ele em caráter. Oh, o que
impressionará homens e mulheres quanto a sua necessidade dessa transformação
que os capacitará a refletir a imagem divina!
Muitos que alegam seguir a Cristo apresentam ao mundo uma
representação inferior do cristianismo porque não atingem o padrão que os torna
eleitos de Deus. Aquele que deixa de manter constantemente diante de si o
padrão da santa lei de Deus cria um padrão próprio. Torna-se destituído dos
princípios inspiradores de vida do evangelho. É um servo infiel, pois vive e
age num rebaixado plano de ação. A presença de Cristo não o sustém e suas
representações espirituais estão deformadas. Sua vida é uma farsa. Ele não
aspira à vida superior, de Deus, e não está habilitado a se tornar um membro da
família real, um filho do celeste Rei. Espiritualmente está morto, pois não
assimila em sua própria vida a vida que Cristo proveu. Não se utiliza do poder
que o Céu proveu para capacitá-lo a ser um vencedor.
Ninguém pode levar ao Céu seus traços de caráter cultivados
e naturais. Aquele que leva consigo tais traços durante seu período de prova
tem representado mal a Cristo ao agir segundo princípios que Deus não pode
aprovar. Os princípios da verdadeira vida espiritual não são compreendidos por
aqueles que conhecem a verdade, mas deixam de praticá-la.
O Senhor apela por reformas, assinaladas, distintas
reformas. Aqueles em cujo coração Cristo habita revelarão Sua presença no trato
com seus semelhantes. Mas os princípios de alguns têm sido por tanto tempo
pervertidos que perderam o discernimento, e a seta raramente alcança seu alvo.
Como pode ser isto curado? Somente por atender à oração de Cristo:
"Santifica-os na verdade; a Tua palavra é a verdade. Assim como Tu Me
enviaste ao mundo, também Eu os enviei ao mundo. E a favor deles Eu Me
santifico a Mim mesmo, para que eles também sejam santificados na
verdade." João 17:17-19. Não há maneira de contornar a direção que a obra
de santificação deve tomar. Manuscrito 16, 1901.
Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que
vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos Céus. Mat.
5:16.
A luz da verdade deve resplandecer no mundo. Aqueles que
amam a Deus e guardam os Seus mandamentos são chamados para a luta agressiva,
não um contra outro, mas contra os exércitos do inimigo invisível. Em tempo
algum aqueles que alegam ser discípulos de Cristo devem sentir-se à vontade em
sua posição na igreja, contentes em nada fazer para resgatar seres humanos
caídos e trazê-los de volta a sua lealdade.
Anjos celestiais estão constantemente subindo e descendo
entre o Céu e a Terra, empenhados em serviço altruísta para a edificação do
reino de Cristo. Onde estão os homens e mulheres que se unirão com esses
mensageiros celestiais? Onde estão os que utilizarão suas habilidades em
cooperar com o poder divino?
Pensai no que Deus tem feito por vós. Quando estivestes
perecendo sem Cristo, acaso a mensagem de advertência não vos alcançou
convencendo-vos de pecado e inspirando-vos ao arrependimento? Não Se revelou
Cristo a vós como um Salvador que perdoa o pecado? E na luz e glória de vosso
primeiro amor, não fostes cheios de amor altruísta para compartilhar com outros
a graça que vos deu novidade de vida em Cristo?
Não permitais que vosso zelo por Cristo diminua. Agora que
vos tornastes a mão auxiliadora de Cristo, deveis trabalhar zelosamente por
aqueles que, antes de vossa conversão, consideráveis com indiferença.
Lembrai-vos de que eles estão numa condição tão favorável quanto estivestes...
quando fostes trazidos ao arrependimento, e que a salvação deles pode ser de
mais alto valor para a igreja do que foi a vossa. Não poupeis palavras ternas e
atos bondosos. Atraí aqueles que vos rodeiam para a cruz do Calvário. Estai em
tão grande amor pela verdade que diariamente recebais graça nova para
compartilhar. Abri as janelas da alma na direção do Céu para que os brilhantes
raios do Sol da Justiça possam brilhar em vossos corações. "Assim brilhe
também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e
glorifiquem a vosso Pai que está nos Céus." Mat. 5:16.
A verdade, preciosa, essencial, se abrirá diante de todos
que guardem a alma no amor de Deus. Dever e sacrifício ser-lhes-ão preciosos
devido a seu amor pela aquisição do sangue de Cristo. Os seres humanos que
mereceriam apenas um ocasional olhar adquirem agora um grande valor a seus
olhos. Antes nenhum interesse tinham neles; agora, estão unidos com Cristo e
ligados em amor com sua herança. O coração outrora endurecido pelo gelo do
egoísmo é agora abrandado pela influência do Espírito. Manuscrito 17, 1901.
A mulher deve ocupar a posição
que Deus originariamente lhe designou, de igualdade com o marido. O mundo
necessita de mães que o sejam não meramente no nome mas em todo o sentido da
palavra. Podemos dizer com segurança que os deveres que distinguem a mulher são
mais sagrados, mais santos, que os do homem. Compreenda a mulher a santidade de
sua obra e na força e temor de Deus assuma a missão de sua vida. Eduque seus
filhos para serem úteis neste mundo e para o lar no mundo melhor. Christian
Temperance and Bible Hygiene, pág. 77.
A esposa e mãe não deve
sacrificar sua força e permitir fiquem inativas as suas faculdades, dependendo
inteiramente do esposo. Sua individualidade não pode imergir na dele. Ela deve
sentir que é igual ao marido - deve estar ao seu lado, fiel no seu posto de
dever e ele no seu. Sua obra na educação dos filhos é em todos os aspectos tão
elevada e nobre como qualquer posição de honra que ele seja chamado a ocupar,
ainda que seja a de principal juiz da nação. Pacific Health Journal, junho de
1890.
A Rainha do Lar
O rei em seu trono não tem função
mais elevada que a mãe. A mãe é a rainha do lar. Ela tem em seu poder o modelar
o caráter dos filhos, para que estejam capacitados para a vida mais alta,
imortal. Um anjo não desejaria missão mais elevada; pois em fazendo sua obra
ela está realizando serviço para Deus. Compreenda ela tão-somente o elevado
caráter de sua tarefa, e isto lhe inspirará coragem.
Compreenda ela a dignidade de sua
obra e tome toda a armadura de Deus, para que possa resistir a tentação de
conformar-se aos padrões do mundo. Sua obra é para o tempo e a eternidade.
Signs of the Times, 16 de março de 1891.
A mãe é a rainha do lar, e os
filhos são os seus súbditos. Deve governar a casa sabiamente, na dignidade de
sua maternidade. Sua influência no lar deve ser excelsa; sua palavra, lei. Se é
cristã sob o governo de Deus se imporá ao respeito dos filhos. Conselhos aos
Pais, Professores e Estudantes, pág. 111.
Os filhos devem ser ensinados a
considerar sua mãe, não como uma escrava cujo trabalho seja servi-los, mas como
uma rainha que deve guiá-los e dirigi-los, ensinando-os mandamento sobre
mandamento, regra sobre regra. Carta 272, 1903.
Uma Comparação de Valores
A mãe raramente aprecia sua
própria obra, e frequentemente se põe tão baixo na estima de seu trabalho que o
considera como servidão doméstica. Ela vive na mesma rotina dia a dia, semana a
semana, com nenhum resultado especialmente marcante. Ao fim do dia não pode ela
dizer quanta coisa terá realizado. Posta em contraste com as realizações do
marido, ela sente que nada fez digno de nota.
O pai frequentemente chega com um
ar satisfeito e orgulhosamente passa em revista o que realizou durante o dia.
Suas observações mostram que ele agora espera ser servido pela mãe, pois ela
não fez muito exceto cuidar dos filhos, cozer o alimento e manter a casa em
ordem. Ela não fez trabalho de comerciante, não comprou nem vendeu; não fez
trabalho de agricultor, no preparo do solo; não trabalhou em mecânica - logo
não pode estar cansada. Ele critica, e censura, e impõe, como se fora o senhor
da criação.
E isto é de tudo o mais difícil
para a esposa e mãe, porque ela de fato se cansou muito em seu posto de dever
durante o dia, e no entanto não pode ver o que fez e está realmente fatigada.
Pudesse o véu ser afastado e o
pai e a mãe ver como Deus a obra do dia, e como Seus olhos infinitos
comparam a
obra de um com a do outro, e ficariam atônitos ante a revelação celestial. O
pai haveria de olhar o seu trabalho em mais modesta luz, enquanto a mãe
ganharia nova coragem e energia para persistir em seu trabalho com sabedoria,
perseverança e paciência. Agora ela conhece o seu valor. Enquanto o pai trata
com coisas que devem perecer e passar, a mãe trata com o desenvolvimento de
mentes e caracteres, trabalhando não apenas para o tempo, mas para a
eternidade. Signs of the Times, 13 de setembro de 1877.
Trabalho Indicado por Deus
Que cada mãe compreenda quão
grandes são os seus deveres e suas responsabilidades e quão grande será a
recompensa da fidelidade. Signs of the Times, 11 de outubro de 1910.
A mãe que alegremente assume os
deveres que jazem diretamente em seu caminho sentirá que a vida para si é
preciosa, porque Deus lhe deu uma obra a realizar. Nesta obra ela não precisa
necessariamente comprimir o espírito nem permitir que seu intelecto se
debilite. Pacific Health Journal, junho de 1890.
O trabalho da mãe é-lhe dado por
Deus, para que crie os filhos na doutrina e admoestação do Senhor. O amor e
temor de Deus devem estar sempre diante de seu tenro espírito. Quando
corrigidos, devem ser ensinados a compreender que são admoestados por Deus, que
Ele não tem prazer no engano, na mentira e nas más ações. Assim a mente dos
pequenos pode estar tão associada com Deus que tudo que eles disserem e fizerem
será em atenção a Sua glória; e no futuro eles não serão como uma cana ao
vento, oscilando entre a inclinação e o dever. Good Health, janeiro de 1880.
Levá-los a Jesus não é tudo
quanto se requer. ... Esses filhos devem ser educados e treinados para se
tornarem discípulos de Cristo, a fim de que "nossos filhos sejam, como
plantas, bem desenvolvidos na sua mocidade; para que as nossas filhas sejam
como pedras de esquina lavradas, como colunas de um palácio". Sal. 144:12.
Esta obra de modelar, refinar e polir pertence às mães. O caráter da criança
deve ser desenvolvido. A mãe deve gravar nas tábuas do coração lições
perduráveis como a eternidade; e acarretará sem dúvida sobre si o desprazer do
Senhor se negligenciar sua sagrada obra ou permitir que outros nela interfiram.
... A mãe cristã tem sua obra apontada por Deus, a qual não negligenciará se
estiver intimamente associada com Deus e imbuída de Seu Espírito. Good Health,
janeiro de 1880.
Grande e Nobre Missão
Há oportunidades de inestimável
valor, interesses infinitamente preciosos, confiados a toda a mãe. A humilde
rotina dos deveres que as mulheres têm considerado como uma fastidiosa tarefa,
deve ser encarada como obra grandiosa e nobre. É privilégio da mãe abençoar o
mundo pela sua influência, e fazendo isto trará alegria ao seu próprio coração.
Ela pode fazer retas veredas para os pés de seus filhos, através de claridade e
sombra, em direção às alturas gloriosas do Céu. Mas, unicamente quando ela
procura em sua vida seguir os ensinos de Cristo, é que a mãe pode esperar
formar o caráter de seus filhos segundo o modelo divino. Patriarcas e Profetas,
pág. 572.
Em meio a todas as atividades da
vida são os filhos o mais sagrado dever da mãe. Mas quantas vezes não é este
dever posto de lado para que seja satisfeito algum desejo egoísta! Os pais
estão encarregados dos interesses presentes e eternos de seus filhos. Devem
sustentar as rédeas do governo e guiar sua casa para honra de Deus. A lei de
Deus deve ser sua norma e o amor deve reger todas as coisas. Signs of the
Times, 16 de março de 1891.
Nenhuma Obra é Maior nem Mais Santa
Quando homens casados vão para o
trabalho, deixando suas esposas presidindo aos cuidados da casa,