
Todos os anos José e Maria subiam a Jerusalém para a festa
da páscoa, de acordo com os requisitos da lei judaica. Os dias da infância de
Jesus haviam terminado. Ele ingressara no período da juventude. José e Maria,
segundo o seu costume, prepararam-se para fazer a longa viagem a Jerusalém.
Eles levaram Jesus consigo. Foram junto com muitos outros que se dirigiam a
Jerusalém para observar essa festa solene.
À mente humana é impossível compreender as meditações do
Filho de Deus enquanto olhou com interesse para o Templo pela primeira vez. Não
podemos imaginar quais foram os Seus pensamentos ao andar nos seus átrios, e
discernir com os olhos a obra do sacerdote ministrante, o altar com a vítima
ensangüentada, o sagrado incenso subindo a Deus e os mistérios do Santo dos
Santos atrás do véu, e compreender a realidade que essas cerimônias
prefiguravam. Cristo mesmo era a chave para decifrar todos esses mistérios
sagrados que só eram entendidos vagamente por José e Maria. Tudo isso fora
instituído para representar a Cristo e cumpriu-se em Sua morte.
A páscoa era o nome dado a essa cerimônia em comemoração do
prodigioso evento que foi a saída dos hebreus do Egito. Na noite em que eles
saíram do Egito, o anjo destruidor entrou em todas as casas e matou todos os
primogênitos, desde o filho mais velho do rei no seu trono, até o primogênito
do escravo de posição mais humilde. ...
O Senhor deu instruções especiais aos hebreus, ordenando que
cada família matasse um cordeiro e aspergisse o sangue nos batentes das portas,
para que quando o anjo destruidor empreendesse sua missão de morte, o sangue
sobre a ombreira da porta fosse para eles um sinal de que aqueles que se
achavam dentro da casa eram os adoradores do Deus verdadeiro. O anjo da morte
passou por alto as casas assim designadas. Ordenou-se que nessa noite memorável
os hebreus estivessem preparados para a sua viagem. ...
De acordo com as instruções que lhes foram dadas por Deus,
todos eles se achavam preparados para a viagem, prontos para a ordem de saída
do Egito. ...
Conquanto a instituição da páscoa apontasse para trás, ao
maravilhoso livramento dos hebreus, ela também apontava para a frente,
mostrando a morte do Filho de Deus antes que ocorresse. Na última páscoa que
nosso Senhor observou com os Seus discípulos, Ele instituiu a Ceia do Senhor em
lugar da páscoa, para que fosse observada em memória de Sua morte. Não tinham
mais necessidade da páscoa, pois Ele, o grande Cordeiro antitípico, estava
pronto para ser sacrificado pelos pecados do mundo. O tipo encontrou o antítipo
na morte de Cristo. Youth's Instructor, maio de 1873.
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